segunda-feira, 12 de julho de 2010


Nenhuma cidade nipônica! Nenhuma ilha no Atlântico! Nenhum deserto asiático! A flor da morte explodiu no meu cérebro insatisfeito! Como uma avalanche de fogo, levou minhas veias ao abismo! Meus gânglios receberam doses maciças de anestesia!

Como entender as vontades humanas, o desejo secreto de ser feliz a qualquer custo? E na busca desses desejos inomináveis, como uma serpente, o semelhante é golpeado na sua inocência, na sua espera e na sua esperança!

Foi como se um quasar de aço e fogo atingisse meus pulmões! Não restava mais nenhum oxigênio que alimentasse meu pranto e as minhas lágrimas! Ali eu era um mendigo, uma pária da paixão e uma excluída de toda e qualquer orgia! Eu estava morta e não sabia!

Não imaginas o que fizeste comigo! Uma lâmina, um abraço de gelo, um grito dos infernos, um gemido das sepulturas, uma dor inominável, a morte de um irmão! Meu coração é fogo e água!

Mas, mesmo assim, como uma maldição, não suporto a tua ausência! O ódio é arma dos fracos! Frágil e amedrontada, quase zumbi, estou me sentindo assim! E isso é o que me amedronta, me anestesia, enfurece, afronta!

O que fazer com esse sentimento infernal? Como dormir sob esses lamentos? Quem vai dedilhar meu rosário, pensar minhas feridas, erguer os meus lázaros, amaldiçoar minha fome, esconder nos cemitérios o meu nome, calar meus gemidos, minha fúria? E, com urgência, apagar todo ódio!

Não dormirei sob o fogo do teu nome! Não erguerei as pálpebras da manhã, antes de queimar toda e qualquer lembrança! Nenhum abraço, nenhuma carícia assombrosa, nenhuma volta e nenhum perdão!


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